Dominando as Heurísticas de Nielsen: Um Guia Essencial para UX Writers - Parte 1
Desvende estratégias práticas das Heurísticas de Nielsen para aperfeiçoar a escrita UX.
Agora que você já sabe o que esperam de você e conheceu as tais heurísticas de Nielsen, que tal irmos um pouco além e pensarmos especificamente nos profissionais de writing?
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O cenário da pessoa UX Writer, assim como suas ferramentas de trabalho, é diferente do de profissionais UX designers e DEVs, por exemplo. Dito isso, podemos imaginar que o uso das 10 heurísticas também não é exatamente igual quando comparado aos demais profissionais da tecnologia - embora siga os mesmos princípios.
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Afinal, enquanto o direcionamento para demais profissionais se dá pensando em telas e cliques, o do UX Writer tem uma camada à mais bem delicada: o uso das palavras e o quanto elas serão compreendidas.
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Mas calma, sem desespero e ansiedade: nem tudo são flores e muito menos horrores. Na edição de hoje, vou trazer alguns exemplos do uso das primeiras 02 heurísticas no dia a dia das pessoas UX Writers, analisar como aplicá-las e destrinchar um pouco esse cenário caótico e solitário do writer no mundo da tecnologia.
Heurística 01: Visibilidade do status do sistema
Um UX Writer pode aplicar a primeira heurística de Nielsen de várias maneiras para garantir que os usuários estejam sempre informados sobre o que está acontecendo. Algumas estratégias podemos adotar são:
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1. Mensagens de Carregamento
Crie mensagens claras e concisas para informar o usuário de uma ação que está acontecendo. Traga mensagens como "Carregando...", "Processando sua solicitação...", “Enviando mensagem”. E utilize indicadores visuais, como barras de progresso ou spinners, acompanhando os textos que explicam o que está acontecendo.
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2. Feedback Imediato
Tudo em tela deve ser útil, portanto, use o texto para confirmar imediatamente quando uma ação foi bem-sucedida. Por exemplo, "Arquivo carregado com sucesso!" ou "Alterações salvas". Isso deve acontecer sempre que ações determinantes sejam realizadas com cliques em botões, entradas de formulário e interações com elementos importantes da interface.
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3. Mensagens de Erro
Escreva mensagens de erro claras que expliquem o problema e orientem o usuário com uma solução ou saída para aquela situação. Jamais use telas genéricas com numerais como as famosas 404. Opte por mensagens como "Não foi possível salvar o arquivo. Verifique sua conexão com a internet e tente novamente", evitando jargões técnicos e usando linguagem simples e acessível.
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4. Notificações e Alertas
Crie notificações que mantenham os usuários informados sobre eventos importantes ou mudanças de estado, como "Você tem uma nova mensagem" ou "Sua sessão está prestes a expirar". E use um tom amigável e direto para garantir que as mensagens sejam facilmente compreendidas.
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5. Estados Visíveis
Escreva textos para estados de sistema visíveis como "Offline", "Conectado" ou "Sincronizando...". Isso os usuários cientes do status atual do sistema.
Se necessário, inclua instruções ou informações adicionais para guiar o usuário sobre o que fazer em cada estado.
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6. Confirmações de Ação
Forneça confirmações claras após a conclusão de uma ação, como "Seu pedido foi recebido" ou "Sua mensagem foi enviada". Utilize linguagem positiva para assegurar o usuário de que a ação foi bem-sucedida. Ninguém fica confortável com mensagens ambíguas.
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7. Microcopy para Interações
Utilize microcopy para dar feedback imediato sobre interações específicas, como "Adicionado ao carrinho" ao clicar em um botão de compra. E sempre mantenha o texto curto e relevante para a ação realizada.
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8. Mensagens de Tempo Estimado
Quando possível, informe o usuário sobre o tempo estimado de espera, como "Atualização em andamento. Isso pode levar alguns minutos". E tente usar uma linguagem que prepare o usuário para a espera, reduzindo qualquer incerteza.
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Com essas estratégias, você garante que os usuários recebam informações claras e úteis sobre o status do sistema, melhorando a usabilidade e a experiência geral. Assim como você ao utilizar algum serviços, seus usuários esperam uma interação fluida e responsiva com cada tela e produto que você escrever.
Foque em indicadores de progresso e feedbacks que sejam fáceis de entender e atualizados em tempo real. Isso cria a sensação de controle e confiança!
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Heurística 02: Compatibilidade entre o sistema e o mundo real
Um UX Writer deve aplicar a segunda heurística de Nielsen com foco em garantir que a linguagem e os conceitos usados no sistema sejam familiares e compreensíveis para os usuários. Por exemplo:
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1. Uso de Linguagem Simples e Familiar
Escolha palavras e frases que sejam comuns e compreendidas de forma fácil pelo público-alvo. Isso significa que, sempre que possível, você deve anular o uso de jargões técnicos e termos específicos da indústria - que não sejam comumente usados, claro - que possam confundir os usuários.
Além disso, use um tom de voz que crie conexão com os usuários. Seja formal, casual, amigável ou profissional: tudo depende do contexto do seu produto e do seu público.
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2. Crie correspondência com Conceitos do Mundo Real
Ilustrar ideias e funções com palavras é um grande desafio. Muitas vezes, usar analogias e metáforas é uma boa saída para que seus conceitos ou instruções façam sentido para os usuários.
Isso é aplicável desde a nomenclatura. Um ótimo exemplo é a lixeira digital, chamada de "Lixeira" ao imitar a função do objeto no mundo real.
E sempre que possível, alie ícones e simbolismos com as palavras. Mas atenção: use ícones que são universalmente reconhecíveis, como um envelope para e-mail ou uma lupa para busca.
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3. Organização Lógica da Informação
Ainda falaremos sobre arquitetura da informação por aqui, mas enquanto essa edição não chega, valorize o trabalho de hierarquia e sequência das suas mensagens. Estruture a informação de maneira lógica e natural, começando com os elementos mais importantes e progressivamente detalhando informações adicionais.
Agrupe suas informações relacionadas de maneira intuitiva, como colocar opções de configuração em uma seção "Configurações" ou "Preferências". Não tente reinventar a roda!
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4. Contextualização e Relevância
Adapte a linguagem ao contexto em que o usuário se encontra sem complicações. Por exemplo, em um aplicativo financeiro, use termos como "Saldo", "Extrato" e "Transferência" no lugar de termos técnicos contábeis.
Se o uso de termos difíceis for inevitável, explique-os. Do seu formulário de inscrição - que deve usar "Digite seu nome completo" ao invés de apenas "Nome" - à sua tela final: sempre forneça instruções claras e contextuais!
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5. Consistência com Convenções do Mundo Real
Quando aplicar formatos de data e hora, foque nos que são familiares para os seus usuários, como "DD/MM/AAAA" no Brasil e metros e quilos ao invés de pés e libras.
Inclusive, isso destaca a necessidade de UX Writers entenderem ao menos razoavelmente sobre personalização e localização: não se trata apenas de reescrever ou adaptar literalmente a um idioma, mas sim traduzir e localizar o conteúdo de acordo com as preferências linguísticas e culturais do usuário.
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6. Feedback e Validação com Usuários
E se possível, faça testes de usabilidade, valide se a linguagem e os conceitos que você pensou, desenvolveu e aplicou são, de fato, usados facilmente e compreendidos pelos usuários.
Vá atrás de feedbacks para ajustar e melhorar continuamente a experiência do conteúdo escrito com as expectativas e o entendimento daqueles que o lerão.
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Quando você prioriza a compatibilidade entre o sistema e o mundo real, você constrói uma experiência muito mais intuitiva, com sensação de familiaridade e mais confiança na interação com seu produto digital. Então sempre considere o contexto e as expectativas das pessoas usuárias.
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Não li, Nem lerei: um Resumão
As duas primeiras heurísticas de Nielsen enfatizam a importância de manter os usuários informados - ajudando a reduzir a incerteza e aumentando a confiança na interface - e o foco na familiaridade e conceitos do mundo real - o que facilita a compreensão e a interação dos usuários, tornando a experiência mais intuitiva e natural.
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1. Visibilidade do status do sistema
Mensagens de Carregamento: informe claramente sobre ações em andamento (ex.: "Carregando...", "Processando...").
Feedback Imediato: confirme ações bem-sucedidas (ex.: "Alterações salvas").
Mensagens de Erro: explique problemas e sugira soluções (ex.: "Erro de conexão. Tente novamente.").
Notificações e Alertas: mantenha os usuários informados sobre eventos importantes (ex.: "Nova mensagem recebida").
Estados de Sistema Visíveis: informe sobre o status atual do sistema (ex.: "Conectado", "Offline").
Confirmações de Ação: confirme a conclusão de ações (ex.: "Pedido recebido").
Microcopy para Interações: forneça feedback imediato para interações específicas (ex.: "Adicionado ao carrinho").
Mensagens de Tempo Estimado: informe o tempo estimado para processos (ex.: "Atualização em andamento. Isso pode levar alguns minutos.").
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2. Compatibilidade entre o sistema e o mundo real
Uso de Linguagem Familiar: escolha palavras e frases comuns para o público-alvo, evitando jargões técnicos.
Correspondência com Conceitos do Mundo Real: use analogias e metáforas familiares, e ícones reconhecíveis.
Organização Lógica da Informação: estruture informações de maneira lógica e natural, com hierarquia e agrupamento intuitivos.
Contextualização e Relevância: adapte a linguagem ao contexto de uso, fornecendo instruções claras e contextuais.
Consistência com Convenções do Mundo Real: use formatos de data, hora e unidades de medida familiares para os usuários.
Personalização e Localização: traduza e localize conteúdo considerando nuances culturais e preferências linguísticas.
Feedback e Validação com Usuários: faça testes de usabilidade e colete feedback contínuo para garantir compreensão e relevância.
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